sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Conversa de bar ( Parte 1)

Mesa redonda, cerveja, cinzeiro cheio de cinzas, restos de cigarro e de histórias. Em cada bituca um fato, uma lembrança. E em cada gole de cerveja um suspiro pra esquecer ou tomar coragem de fazer o que não se fez por medo, ou sei lá por qual razão. Conselhos que não se aplicam.
Até porque, veja bem, falar é fácil. Difícil é pegar tudo, colocar no bolso e praticar, né?
Mas afinal, quem é que sabe realmente como viver?
Olha, se eu fosse colocar em prática todos os conselhos que eu dou para as pessoas, eu seria mais feliz. Mas é quase uma missão impossível.
Voltando pro bar, a conversa rola solta, entre risos e bobagens, fala-se sobre medos, incertezas, inseguranças. Fala-se sobre pessoas, e o que essas pessoas fazem a gente se tornar. Sobre o medo de amar, o medo de se doar, de se machucar. Fala-se também sobre a vontade de amar, de se doar e dizer (sem mais medos) que tá amando, e que quer a pessoa perto. Tem também o desejo de ter uma noite inesquecível e só. De fazer loucuras. Rola também o desejo de ter um amor de verdade e se sentir bem por isso.
Amor e sexo sempre acabam sendo as conversas mais longas. E eu, como uma legítima canceriana, vivo amor. Penso em amor, sonho, não desisto dele, e acredito realmente que existe em algum lugar nesse mundo (perto, longe ou até aqui dentro) esse amor que o mundo anda desacreditando. Acho que as pessoas tão carente de amor, e por ser algo tão distante ou que já machucou em algum momento na vida, se fecham pra coisas boas que podem vir. Os rostos mudaram, é outro coração que tá a sua frente, outros sonhos, outras atitudes. Então me explica por que tem gente que tem medo ainda? Por que tem gente que cria barreiras ilusórias de "não podemos passar desse ponto"? Quem disse que não pode? E como é que você sabe se não já passou do tal limite e tá se enganando?
Com isso, o tempo vai passando cada vez mais rápido. E tem gente se perdendo.
Na mesma mesa do bar, as pessoas são mais verdadeiras (eu acho). É lá que se mostram como seres humanos, onde não há máscara que perdure por muito tempo, onde um cinzeiro fica cheio de sonhos, segredos e esperança.

La mejor sonrisa de Dublín.